Por Daniel Cruz
Ao final do trágico jogo “Batalha dos Aflitos”, em 2005, eu resmungava duas frases quando alguém falava sobre o tal jogo: "O Náutico é o time da minha infância e essa é nossa particular Copa de 50". As duas frases continuam a girar na minha cabeça por um motivo: Acosta. O uruguaio me fez lembrar das cores vermelhas e brancas nos meus tempos idos de menino.
Nasci em 1974, até hoje saboreio as jogadas do meu maior ídolo: o artilheiro Baiano. Chuteira de ouro em 1982, ele é também o maior goleador da história do Campeonato Pernambucano, com 203 gols. Assistir Acosta tocando na bola durante o Brasileirão deste ano foi como saborear o "comeu-morreu" (pão com carne moída, cebola, pimentão e tomate) do "Seu Barulho", um senhor negro de olhar tímido, esperançoso e intrigante, que ganhava a vida vendendo - de bata branca sob as arquibancadas perto das sociais - quitute futebolístico nos intervalos dos jogos nos Aflitos.
Acosta comeu a pelota nesse campeonato e ganhou a Bola de Prata da revista placar e o troféu da CBF, como melhor atacante do Brasileirão. O uruguaio chamado de Acosta do Náutico, aqui pelos lados do Planalto Central, sancionou a minha frase: "O Náutico é o time da minha infância". E que bela infância! Um gringo, que sonha com camisa da celeste, me fez esquecer a minha copa de 50.
Nenhum comentário:
Postar um comentário