quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

...é de fazer chorar

Policiais agridem foliões em Brasília



Texto e Foto
Ana Inês
Sem o mesmo romantismo, parodiamos o frevo de Luiz Bandeira em repúdio à ação do BOPE na última segunda-feira de carnaval, dia 04, para acabar com a brincadeira dos foliões no Galinho de Brasília:

É de fazer chorar
Quando o dia anoitece
e a polícia obriga o frevo a acabar...
ó poder abusado
chega tão depressa
só pra contrariar

s imagens podem dizer quase tudo. No sábado estávamos todos lá quando estranhamos a liberação do transito mais cedo do que de costume, nesses quase dez anos que pulamos no Galinho de Brasília.

O Bloco na flor da idade, aos 16 anos, já virou tradição com o encontro da orquestra de frevo que hoje anima os 10 mil foliões que sobem as ladeiras da 203/204 sul sob a noitinha chuvosa e as saudosas lembranças dos carnavais de rua de Olinda e Recife.

Mas, na segunda-feira o caso foi a própria polícia. Enquanto aproximadamente 2 mil pessoas ainda brincavam nas ruas da entrequadra, ponto tradicional da folia inspirada no Galo da Madrugada, o Batalhão de Operações Especiais apareceu para dispersar os foliões e liberar a área. Chegou depressa, "só pra contrariar"e assim, a segunda-feira virou de cinzas, em descompasso com trecho do Hino do Galinho (de Clésio Ferreira) “... Tem frevo na rua,No eixo, no trevo,No beco, é demais...” Carnaval em Veneza, carnaval no Rio, em São Paulo, em Pernambuco, na Bahia...menos nas ruas de Brasília tomadas por burocratas fardados...