Camping Pachamama, na Chapada dos Veadeiros, contagia
pela alegria, bem-estar e pelo gosto de aventura.
Por Ana Inês e Daniel Cruz

Navegando pela
internet na véspera da Páscoa, avistamos o site do Camping Pachamama. De
pronto, avisamos para os desconfiados Davi, Caio e Íris que iríamos acampar na
Chapada dos Veadeiros, em barracas no meio do cerrado; almoçar macarrão com
atum em lata; e que apenas não comeríamos comida de caça porque não é permitido
pela a Lei ambiental. Todos se entreolharam, arrumaram suas mochilas,
suspiraram e partimos em silêncio para Chapada. Foram aproximadamente 230km de
Brasília curtindo Jack Johnson e Cazuza, pela estrada. Pela janela do carro, um
belo visual do cerrado com o contrate dos lobos e veados atropelados no
caminho: sinal do verdadeiro mundo "selvagem".

Quando
chegamos ao Camping, plantado no pé do morro da baleia - entre o Município de
Alto Paraíso e o vilarejo de São Jorge - fomos recebidos pelo amável casal,
Erick e Kelly, uma das melhores pessoas que já conhecemos nessa caminhada da
vida. Os desajeitados campistas de primeira viagem e a experiente Kelly
montaram nossa tenda Iglu e, já famintos, partimos para saborear a Matula do
Seu Waldomiro - uma comida típica de Goiás, que os nativos levavam para suas
viagens embalada na folha da bananeira.
À base de carinho e quatro tipos de carne, farinha, feijão branco ou
amarelo, arroz, macaxeira e tomate, a matula é uma ótima opção para quem chega ou
passa pela estrada. Dica do Erick e da Kelly e agora, nossa também. O rancho da
matula fica a 800 metros do Pachamama.
De bem com a
vida, fomos para o Vale da Lua. Um local maravilhoso e também perigoso, principalmente
para crianças. Ao passar de longos anos, a água esculpiu crateras nas rochas,
onde ela desaparece, aparece e forma uma piscina natural. Na trilha do Vale,
flores dão as boas vindas e araras azuis rasgam o Céu com seus gritos e cores.
No entanto, alerta com as fendas entre as rochas. Cuidado Crianças!!! De volta
ao Camping, tomamos uma ducha quente (um luxo do campping, meio à natureza
selvagem), Erick acende a fogueira e assamos queijo coalho na brasa.
A noite cai, a Lua surge majestosa
com aula de astronomia. Kelly ensina a localização dos planetas e constelações.
Pela manhã, os campistas praticam yoga com ela para iniciar o dia com mais
flexibilidade, força e relaxamento, físico e mental.
Cachoeira Loquinhas e Almécegas

O camping fica 24Km da fazenda Loquinhas,
que permite a visita nos seus 13 poços
de água esmeralda. Um verdadeiro santuário para todas as idades. É bom levar, pelo
menos, água e frutas, uma ótima sugestão para passar o dia. Na Almécegas, há 9 KM do camping, curtimos as
duas cachoeiras. A primeira, para quem
gostar de uma caminhada mais radical é a dica certa. Um paredão com queda d’água
proporciona um verdadeiro visual selvagem. Bom para banho. A segunda, o carro pode
estacionar perto da cachoeira, que tem um poço maravilhoso e uma plataforma de
pedra dentro da piscina natural. Excelente banho.
Família Pachamama

Voltando ao camping, desfrutamos os fins da tarde com as crianças. Em um confortável gramado de mil metros quadrados, eles pularam corda, jogaram futebol, correram... as lanternas fazem um sucesso à noite,
transformam-se em espadas de luz. Os pais contam histórias, riem, e a cozinha comunitária
vira um espaço gastronômico onde comidas e bebidas são socializadas na roda de
bate papo. O espaço fica voltado para o
Morro da Baleia. De vez em quando ela se mexe: esguicha água pelo espiráculo
(dizemos isso enquanto chove ou venta forte). É o morro e seus mistérios. Como
dizem os navegadores quando avistam o mamífero em alto mar: Baleiaaaaaaaa!!! Gigante e dócil, ela nos proteges dos
maus
espíritos!!! Obrigado Erick, Valeu Kelly.