quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Língua de Trapo

Por Daniel Cruz

É inacreditável que neste início de século o sentimento de uma aristocracia falida, adormecida, venha a se insurgir com o jeito despojado de Acosta do Náutico. O craque do Brasileirão foi receber seu prêmio com a alma vestida de glamour, por ter desfilado pelos campos brasileiros encantando o mundo da bola.

De toque irretocável, Acosta - desnudo de Armani, Hugo Boss e etc e tal - emocionou a quase todos, há pouco tempo, ao relatar a vida sofrida de um pai que sustentou a sua família como feirante. Desprovida de ambição, a indumentária de Acosta revela o homem simples – aquele que sabe o valor do dinheiro para se alimentar – ao invés de optar pelo mundo virtual do futebol que suga todos os escrúpulos de um ser humano. O Sábio Acosta confirmou: “Jogador que não passar fome, não é jogador”. Por isso, o craque não pergunta “Com que roupa eu vou para o samba que você me convidou?” e, de quebra tem a benção de Noel Rosa. Valeu artilheiro “feirante”, estiloso Acosta.

Nenhum comentário: