segunda-feira, 25 de junho de 2012

Um tremor no Paraguai, um temor na América Latina


De Brasília, Daniel Cruz
Edição: Ana Inês
Fotos: Divulgação/sites oficiais dos Governos - Paraguai, Argentina, Equador, Honduras, Bolívia e Venezuela


A instantaneidade da punição do ex-presidente do Paraguai Fernado Lugo extremece a relação dos Paises da Unasul e do Mercosul com o Paraguai. Em 36 horas, os membros da Câmara dos Deputados e do  Senado paraguaio  julgaram e soltaram  “a lâmina da guilhotina” no  Presidente da República, sob o argumento de "mau desempenho de suas funções”.
O Golpe Branco, como vem sendo chamado o processo de impeachment paraguaio, está provocando reações contundentes dos países da América Latina. O comportamento do Congresso do País vizinho cria um clima de tensão na região - marcada por Golpes de Estado à mão armada. Esse ágil modelo de defenestrar Presidente da República causa uma instabilidade política na América Latina. Reagir de forma veemente é uma estratégia dos Presidentes latino americanos neutralizarem ações semelhantes em seus Países.
De imediato, a presidente da Argentina Cristina Fernández de Kirchner disse que "Argentina no va a convalidar el golpe de Estado en Paraguay”. Surpreendida com a notícia paraguaia, Cristina não perdeu tempo para condenar o chamado “Golpe Branco” no País vizinho. Devido ao mau desempenho da economia argentina e a tensão política com antigos aliados, os sindicalistas da CGT, Cristina estava montando uma estratégia para enfraquecer a paralisação dos caminhoneiros na praça de Maio, na próxima quarta-feira, que fica em frente à sede do governo Argentino, a Casa Rosada.

Na mesma noite do impeachment, o Presidente do Equador, Rafael Correa, ressaltou que "independientemente de la decisión de Lugo y de la Unasur Ecuador no reconocerá" o novo governo paraguaio. Em 2010, o presidente equatoriano decretou Estado de Exceção devido a um movimento de policiais e setores das forças armadas que tentaram um Golpe de Estado no País. Vale lembrar, que na época, o Presidente do Peru, Alan García, fechou as fronteiras com o Equador e condenou a tentativa de Golpe.

Em junho de 2009, o então Presidente de Honduras Manuel Zelaya foi deposto por militares. Zelaya tentou fazer um referendo popular para sua reeleição sem respaldo político. Setores contrários à sua aproximação com Hugo Chaves prederam Zelaya ainda de pijama, em sua residencia,  e o deportaram para Costa Rica. 
O Presidente da Bolívia, Evo Morales, também expressou uma forte reação à situação política no Paraguai: “Inicio de un golpe parlamentario”. Desde que assumiu o governo Boliviano em 2006, Evo sofre uma forte oposição no seu País. Chegou a expulsar o embaixador americano.

O Brasil foi intemerdiário de uma negociação entre governo e rebeldes que evitaram uma guerra civil em solo Boliviano. Vale lembrar que 15 mil brasileiros vivem no País vizinho. Em 2007, O Congresso Nacional Brasileiro aprovou a Medida Provisória 354 que destinou R$ 20 milhões de reais para reforma agrária na Bolívia, mas precisamentente, na faixa de fronteira com o Estado do Acre.
O Presidente Hugo Chaves declarou que "El Gobierno venezolano, el Estado venezolano, no reconoce a ese írrito e ilegal e ilegítimo Gobierno que se instaló en Asunción". Chaves também foi personagem de uma tentativa de Golpe Militar no dia 11 de abril de 2002. Neste dia, militares golpistas sequestraram e aprisionaram o Presidente em ilha Venezuelana, fecharam o Congresso Nacional e Supremo Tribunal. Disseram que Chaves teria renunciado ao Poder, e declaram o presidente da Federação Venezuelana de Câmaras de Comércio (Fedecamaras), Pedro Carmona, Presidente interino da Venezuela. Dois Dias depois, a guarda presidencial retomou o Palácio de Miraflores, entregando-o novamente ao Presidente Hugo Chaves, após um levante da população. Na ocasião, Os Estados Unidos reconheceram Pedro Carmona Presidente venezuelano.

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