De Brasília, Daniel Cruz
Edição: Ana Inês
Fotos: Divulgação/sites oficiais dos Governos - Paraguai, Argentina, Equador, Honduras, Bolívia e Venezuela
A instantaneidade
da punição do ex-presidente do Paraguai Fernado Lugo extremece a relação dos
Paises da Unasul e do Mercosul com o Paraguai. Em 36 horas, os membros da
Câmara dos Deputados e do Senado paraguaio julgaram e soltaram “a lâmina da guilhotina” no Presidente da República, sob o argumento de "mau desempenho de suas funções”.
O Golpe Branco, como vem sendo chamado
o processo de impeachment paraguaio, está provocando reações contundentes dos
países da América Latina. O comportamento do Congresso do País vizinho cria um
clima de tensão na região - marcada por Golpes de Estado à mão armada. Esse
ágil modelo de defenestrar
Presidente da República causa uma instabilidade política na América Latina.
Reagir de forma veemente é uma estratégia dos Presidentes latino americanos neutralizarem
ações semelhantes em seus Países.
De imediato, a presidente da Argentina
Cristina Fernández de Kirchner disse que "Argentina no va a convalidar el
golpe de Estado en Paraguay”. Surpreendida com a notícia paraguaia, Cristina
não perdeu tempo para condenar o chamado “Golpe Branco” no País vizinho. Devido
ao mau desempenho da economia argentina e a tensão política com antigos
aliados, os sindicalistas da CGT, Cristina estava montando uma estratégia para
enfraquecer a paralisação dos caminhoneiros na praça de Maio, na próxima
quarta-feira, que fica em frente à sede do governo Argentino, a Casa Rosada.
Na mesma noite do impeachment, o
Presidente do Equador, Rafael Correa, ressaltou que "independientemente de
la decisión de Lugo y de la Unasur Ecuador no reconocerá" o novo governo paraguaio.
Em 2010, o presidente equatoriano
decretou Estado de Exceção devido a um movimento de policiais e setores das
forças armadas que tentaram um Golpe de Estado no País. Vale lembrar, que na
época, o Presidente do Peru, Alan García, fechou as fronteiras com o Equador e
condenou a tentativa de Golpe.
Em
junho de 2009, o então Presidente de
Honduras Manuel Zelaya foi deposto por militares. Zelaya tentou fazer um
referendo popular para sua reeleição sem respaldo político. Setores contrários
à sua aproximação com Hugo Chaves prederam Zelaya ainda de pijama, em sua
residencia, e o deportaram para Costa
Rica.
O
Presidente da Bolívia, Evo Morales, também expressou uma forte reação à
situação política no Paraguai: “Inicio de un golpe parlamentario”. Desde que
assumiu o governo Boliviano em 2006,
Evo sofre uma forte oposição no seu País. Chegou a expulsar o embaixador
americano.
O Brasil foi intemerdiário de uma negociação entre governo e
rebeldes que evitaram uma guerra civil em solo Boliviano. Vale lembrar que 15
mil brasileiros vivem no País vizinho. Em 2007, O Congresso Nacional Brasileiro
aprovou a Medida Provisória 354 que destinou R$ 20 milhões de reais para
reforma agrária na Bolívia, mas precisamentente, na faixa de fronteira com o
Estado do Acre.
O Presidente Hugo Chaves declarou que "El Gobierno venezolano, el Estado
venezolano, no reconoce a ese írrito e ilegal e ilegítimo Gobierno que se
instaló en Asunción". Chaves também foi personagem de uma tentativa de
Golpe Militar no dia 11 de abril de 2002.
Neste dia, militares golpistas sequestraram e aprisionaram o Presidente em ilha
Venezuelana, fecharam o Congresso Nacional e Supremo Tribunal. Disseram que
Chaves teria renunciado ao Poder, e declaram o presidente da Federação
Venezuelana de Câmaras de Comércio (Fedecamaras), Pedro Carmona, Presidente
interino da Venezuela. Dois Dias depois, a guarda presidencial retomou o
Palácio de Miraflores, entregando-o novamente ao Presidente Hugo Chaves, após
um levante da população. Na ocasião, Os Estados Unidos reconheceram Pedro
Carmona Presidente venezuelano.