quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Próxima parada: umbigo da Bahia

Por Daniel Cruz
Foto Ana Inês

Ainda em Salvador lembramos que em nosso roteiro de viagem havíamos programado uma ida a algum forte. Então, perguntamos inocentemente no hotel: - No Centro Histórico existe alguma fortaleza que podemos conhecer? O rapaz, solícito, responde: - Sim, o Forte de São Marcelo foi restaurado há pouco tempo. – Que legal! Obrigado! Então, fizemos um passeio de ônibus pela beira-mar de Salvador, descemos na Praça da Sé e chegamos ao incomum elevador Lacerda.
Do alto vimos o Forte São Marcelo - ainda quando o trauma e o enjôo de navegar em alto-mar, durante quatro horas e meia para assistir ao balé da baleia jubarte na praia do forte, causava sofrimento na cabeça e no estômago do quinteto. De repente, um embrulho na barriga.

Sabe onde fica a Fortaleza? Lá vai: No meio do Mar! - Cancela a visita! Barco Não! (Ouve-se em coro). Todos gargalham. Mas, a pompa do Forte e a proximidade com a terra, há trezentos metros, fez Ana, a Bela Inês, ponderar: Esse rápido passeio vai nos livrar do trauma da náusea e, além do mais, o forte parece legal. Decisão tomada. O quinteto paga VINTE E CINCO CENTAVOS para descer no elevador e vai para o cais do porto. No meio do caminho passamos no mercado modelo para pechinchar com os artesãos.

Pegamos o barco cheios de desconfiança mas, em cinco minutos chegamos ao imponente batizado de Forte de Nossa Senhora do Pópulo e São Marcelo. Único forte circular das Américas construído no meio do Mar, em bancos de Arrecifes. Do século XVII, ele foi importante na defesa de Salvador e do País durante longos anos. A vista é sedutora.

Enquanto a brisa do mar massageia nosso rosto, admiramos o casario antigo que mescla o cenário com os prédios modernos. O novo que destoa e se perde de vista. Em 360º nos deliciamos com a vista do mar e das ilhas no horizonte. Guias detalham a história do forte bem conservado, de forma material e imaterial.

Um delicioso restaurante, com quadros náuticos, desperta curiosidade no quinteto, que degusta na cozinha do imperador: uma salada de folhas verdes, de entrada, carne de sol com purê de macaxeira e queijo qüalho (prato montado com delicadeza) e, para terminar, um sorvete de creme com mangas flambadas ao vinho tinto desperta o aroma da felicidade.

Na volta ao continente, a imagem do forte vai se afastando nas águas lisas da baía de todos os Santos. Essa fortaleza, que Jorge Amado batizou de “Umbigo da Bahia” e o insensível Imperador Dom Pedro II, em seu diário de viagem, descreve parecer, durante o dia, "com um empadão”. No império, talvez os quitutes tivessem gosto de pólvora.
Nossas aventuras na Bahia:

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